segunda-feira, 15 de agosto de 2011

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Crônicas estranhas: O dia que eu visitei Silent Hill



 Para quem não conhece o filme ou nunca jogou o game de Silent Hill eu realmente recomendo, quem gosta de um bom filme/game de terror é um prato cheio. A historia gira em torno da cidade amaldiçoada que da nome ao jogo e onde os protagonistas sempre chegam lá por algum motivo. Na maioria dos jogos da franquia existe uma sirene que serve para “avisar” quando as trevas ou o que quer que seja esta chegando perto, nesse momento o que parecia uma pequena cidade turistica se transforma em um dos piores pesadelos possiveis e muitas vezes os personagens se refugiam em algum lugar livre dessa escuridão se apressando para salvar suas vidas enquanto a sirene toca.


  De três coisas nós temos certeza na vida: Nascemos, morremos e prestamos vestibular.
  Bom estavamos eu e meu amigo “Predador” (espero que ele não brigue comigo pelo apelido, HAHA), iamos fazer o vestibular da Anhembi Morumbi lá no campus Mooca.
Naquela epoca eu ainda prestava vestibular para jornalismo e ele para arquitetura, era tudo muito novo, e sem contar a odisséia que tivemos que fazer para chegar até lá – isso inclui tambem a semana anterior quando de tanto procurar perdemos a hora do vestibular agendado.
  Eu e o Predador acabavamos de sair de um pequeno mercado e um cara, um cara que com certeza curtia “queimar uma ponta” (se é que vocês me entendem, HAHA) veio nos pedir uma informação sobre o metrô e em troca ele acabou nos ajudando a encontar a rua da universidade. Até ai tudo muito bom e engraçado, o sol estava lindo, e olha que eu nem curto muito calor, mas a gente estava feliz em ir fazer a prova.
  Enfim, quem conhece o lugar vai saber do que eu estou falando. Existe uma entrada do campus Mooca que fica de frente para um galpão-teatro que tambem é deles, se não me engano. Nas ruas proximas de lá é tudo muito deserto, ainda mais num sabado as duas da tarde. Então nós ficamos em duvida de em qual prédio seria a prova, a rua era aquela, mas nenhum dos prédios tinha numero.
  Apesar do sol forte o vento castigava naquela tarde e como a maioria dos prédios tinham janelas de aluminio (bem velhas, por sinal...) o som que fazia delas batendo era bem alto. Foi enquanto esperavamos para ver se alguem com cara de “estudante” entrava em algum dos prédios que a sensação de estar em Silent Hill aconteceu...
 Tinhamos comprado salgadinhos e chocolate e estavamos numa esquina esperando dar a hora certa da prova quando uma sirene desnecessariamente alta tomou conta de quase todo o bairro naquele silencio tocando por um longo tempo, eu e o Predador olhamos um para o outro e lembramos da mesma coisa, do mesmo jogo no caso e rimos ao entender oque o outro havia pensado. A sirene então parou por uns cinco minutos, mas voltou a tocar e nessa hora haviamos comentado como o tempo mudou rapidamente, o sol nem aparecia mais tamanha era a quantidade de nuvens que fazia o tempo nublado.
  Quando a sirene parou de tocar observamos que estavamos praticamente sozinhos na rua, não fosse por um velinho catador de lixo que vinha em nossa direção com um daqueles “carrinhos de geladeira” cheio de papelão e um cara na porta de um galpão onde as janelas continuavam a fazer um barulho muito alto. O velinho não parecia ameaçador, mas sim muito simpatico, logo não ficamos com receio de ser assaltados quando ele chegou bem perto da gente para pedir uma informação.
  - Vocês podem me dizer que horas são? – O velinho disse com a voz num tom de sussuro enquanto olhava ao redor parecendo assustado.
  - São três horas senhor. – Eu respondi depois de olhar no celular.
 O velinho então pareceu ficar assustado de verdade em saber que horas eram e arrumando o carrinho que tinha encostado na calçada saiu empurrando bem rapido em direção a outra rua vazia.
  - Estou atrasado... Preciso ir logo... – Ele dizia alarmado enquanto se afastava de nós.
 Eu e o Predador olhamos um para o outro novamente, mas dessa vez ninguem riu. Nos apressamos tambem seguindo o exemplo do velinho e entramos no prédio da Anhembi sem nem pestanejar, nem mesmo olhar para trás...

 Toda ficção tem seu lado de verdade, não é? Se pararmos para pensar qual a verdade em Silent Hill - partindo da ideia de que os produtores do jogo afirmam se basear muito em uma teoria cientifica verdadeira para os acontecimentos que ocorrem na cidade – bom, ficariamos meio loucos na verdade.
 Sempre esperamos que algo “cinematograficamente assustador” aconteça com a gente, mas o fato é que nem sempre estamos preparados, e ai nos borramos de medo e saimos gritando como menininhas assustadas. HAHAHAHA.

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2 comentários:

Thalyson disse...

Pois é mano, em caso de dúvida coisas como um apocalipse zumbi podem acontecer à qualquer momento! Besta de quem não está preparado. Como nos ensina o filme Premonição, temos que estar atentos aos sinais! rsrsrs Curti pakas o texto! Boa crônicas, to ansioso para a próxima em, num demora!

Clarice N. disse...

Nossa ta ótimo este texto,bem depois dessa fiquei um tanto que assustada com os acontecimentos no dia em questão -qq. Mais está muito bom mesmo parabéns,estou bastante ansiosa para a proxima cronica.